«Fidalgo de ... raça»
«D. António Gastão de Pimpinela
Sampaio d´Azevedo Alvo e Faria
é fidalgo de ´nobre` jerarquia
Um seu avô esteve na Rochela
quando Henrique Terceiro a combatia
outro, ´Arrojado herói`, sem covardia...
fez fortuna na Índia ... com canela!
Seu mais remoto avô foi Dom Prior
no ´Santo` tribunal, inquisidor,
´Salvando` muitas almas ... na fogueira!...
Esse Prior jamais poude saber
o nome de seus pais ... ouviu dizer
que haviam sido ... um frade e uma freira!...»
in "Em Lisboa - Ridículos e Typos"
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Aqui serão publicados poemas de poetas naturais de Monchique ou com fortes ligações a esta terra. Os temas são livres.
Os temas Monchique ou medronho serão publicados, independentemente da naturalidade do poeta, no blogue:
http://confrariadospoetasejograis.blogspot.com
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quarta-feira, 24 de agosto de 2011
terça-feira, 23 de agosto de 2011
AMÉRICO TELO
CAMINHOS
Os caminhos do homem
cruzam-se ali na esquina ao lado
qual machado de pedra e de sangue para moldar
calam-se fundo nas vitórias
superadas de fome e rituais de miséria
torturados, íngremes de almejar
- por vezes a queda é proporcional à altura
os caminhos do homem
afundam-de no passar atónito
descobriu, sucumbio
à passagem do ontem para o agora
- por vezes cair a cada passo não basta
os caminhos do homem
quebram-se em cada jornada quotidiana
onde o inferno nem sempre é o fogo
- a morte é proporcional à força da violência
os caminhos do homem
vertem o nosso fim onde o princípio não se esgota.
Américo Telo
in "7 memórias para 7 dias"
Os caminhos do homem
cruzam-se ali na esquina ao lado
qual machado de pedra e de sangue para moldar
calam-se fundo nas vitórias
superadas de fome e rituais de miséria
torturados, íngremes de almejar
- por vezes a queda é proporcional à altura
os caminhos do homem
afundam-de no passar atónito
descobriu, sucumbio
à passagem do ontem para o agora
- por vezes cair a cada passo não basta
os caminhos do homem
quebram-se em cada jornada quotidiana
onde o inferno nem sempre é o fogo
- a morte é proporcional à força da violência
os caminhos do homem
vertem o nosso fim onde o princípio não se esgota.
Américo Telo
in "7 memórias para 7 dias"
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Fernando Estremoz
TEMPO DE ESCOLA
A memória murcha no tempo
Das palavras repetidas
Das seis reguadas
E três ponteiradas
Trauteadas
Como os números da tabuada
Em lenga-lenga
Cantarolada todos os dias da semana
De manhã e de tarde
De fio a pavio
Quatro e quatro oito
Um biscoito
Oito berlindes à “marezinha”
Oito bonecos da bola à “palmadinha”
De trás para diante
Duas vezes cinco dez
É à vez
Dez botões à “paredinha”
Dez voltas ao “pé-coxinho”
Dez marcas ao “poialinho”
Da frente para trás
Cinco vezes dois dez
E à “covinha” buto que se veja
E estalo que se ouça
O regime do medo
O som do ponteiro
Ao canto o degredo
As orelhas de burro
A régua dura
O ensino da ditadura
E o tempo a passar
A recontar
Duas vezes três seis
A repetir
Duas vezes três seis
A trautear
Oito e oito dezasseis
E lá chega a hora
Do recreio na eira
A lançar o ring
A menina do senhor doutor
A saltar à corda
A Rosa da Toina e a moça da Benta
E ao “apanha”
O Zé da boina e o Patinha
E ao “toca e foge”
O Luís da canita e o Zé da Sanita
E a “pular à uva”
O Broa e o Papa Açorda
E ao pião “à nicada”
O Biji-bitó o Ratinho e o Maló
E nas macacadas o Xico Caretas
A parodiar o Manel das Bufas Pretas
E toca a sineta
No regresso à tormenta
De novo a ardósia
Mil vezes usada
Ensebada e requebrada
Com lápis de pedra
Mais uma vez a tabuada
Duas vezes dois quatro
Sem enganar
Duas vezes dois quatro
E repetir...
E repetir...
Fernando Estremoz
24.02.02
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