CAMINHOS
Os caminhos do homem
cruzam-se ali na esquina ao lado
qual machado de pedra e de sangue para moldar
calam-se fundo nas vitórias
superadas de fome e rituais de miséria
torturados, íngremes de almejar
- por vezes a queda é proporcional à altura
os caminhos do homem
afundam-de no passar atónito
descobriu, sucumbio
à passagem do ontem para o agora
- por vezes cair a cada passo não basta
os caminhos do homem
quebram-se em cada jornada quotidiana
onde o inferno nem sempre é o fogo
- a morte é proporcional à força da violência
os caminhos do homem
vertem o nosso fim onde o princípio não se esgota.
Américo Telo
in "7 memórias para 7 dias"
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